Arnaldo Jabor: uma visão apimentada


Formado no ambiente do Cinema Novo, foi um membro da segunda fase do movimento, que buscava analisar a realidade nacional, inspirando-se no neo-realismo italiano e na Nouvelle Vague francesa. Seu primeiro longa foi o inovador documentário Opinião Pública (1968), uma espécie de mosaico sobre como o brasileiro olha sua própria realidade.

O próximo filme foi um dos grandes sucessos de bilheteria do cinema brasileiro: Toda Nudez Será Castigada (1973). Com enfoque humano, a película não poupa críticas à hipocrisia da moral burguesa e de seus costumes. O filme seguinte, dessa vez adaptado de um romance de Nelson, é ainda mais forte nas suas investidas contra as deformidades comportamentais e sexuais da sociedade: O Casamento (1975). Já a película Eu Te Amo (1980), consagrou Paulo César Pereio e Sônia Braga no cinema, concentrando-se nas crises amorosas e existenciais de um homem e uma mulher. O próximo filme, Eu Sei que Vou Te Amar, com os jovens Fernanda Torres e Thales Pan Chacon na pele de um casal em crise, guarda semelhanças de forma e conteúdo com Eu Te Amo. Ambos os filmes foram sucessos de bilheteria.

Na década de 1990, por força das circunstâncias ditadas pelo governo Fernando Collor de Mello, que sucateou a produção cinematográfica nacional, Jabor foi obrigado a procurar novos rumos e encontrou na imprensa o seu ganha-pão. Estreou como colunista de O Globo no final de 1995 e, mais tarde, levou o estilo irônico com que comenta os fatos da atualidade brasileira para o Jornal Nacional, o Bom Dia Brasil e para a Rádio CBN.

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